quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O ÚNICO MEDIADOR É JESUS CRISTO.


     Segundo as Escrituras, a encarnação do eterno Filho de Deus não foi um acontecimento necessário emanando da natureza de Deus. Não foi o ponto culminante no desenvolvimento da humanidade. Foi um ato de humilhação voluntária. Deus deu seu Filho para a redenção do homem. Ele veio ao mundo para salvar seu povo dos pecados; para buscar e salvar perdidos. Ele participou de carne e sangue a fim de destruir, por sua morte, aquele que tinha o poder da morte, a saber, o diabo (Hb 2.14) “E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo”;  e libertar aqueles que, pelo temor da morte, estavam durante toda a vida sujeitos à escravidão. Ele morreu, o justo pelos injustos, para aproximar-nos de Deus. Esta é a constante descrição das Escrituras. Não havia outra maneira de conseguir este fim. Isso está claramente ensinado nas Escrituras. O nome de Cristo é o único nome pelo qual os homens podem ser salvos. Se a justiça pudesse ser alcançada de outra maneira, então Cristo, diz o Apóstolo, morreu em vão (Gl. 2.21) ” Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde”. Se a lei pudesse dar vida, certamente a justiça teria sido pela lei (Gl. 3.21). ”Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei”.

     Como o propósito da encarnação do Filho de Deus era reconciliar-nos com Deus, e como a reconciliação das partes inimizadas é uma obra de mediação, Cristo é chamado de nosso mediador. Como a reconciliação é às vezes efetuada por simples intercessão, ou negociação, a pessoa que assim eficazmente intercede pode chamar-se mediador. Mas onde a reconciliação envolve a necessidade de satisfação pelo pecado como cometido contra Deus, então somente ele é o mediador que pode fazer expiação pelo pecado. Como isso foi e só poderia ser feito por Cristo, segue-se que ele é o único mediador entre Deus e o homem. Ele é nossa paz, que reconcilia com Deus, judeus e gentios em um só corpo pela cruz (Ef 2.16) “E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades”. Portanto, para nós só há um mediador entre Deus os homens, o homem Jesus Cristo (1Tm. 2.5) ”Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”. Cristo é nosso único mediador, não simplesmente porque assim o ensinam as Escrituras, mas também porque só ele pôde cumprir e cumpre o que é necessário para nossa reconciliação com Deus; e só ele tem as qualificações pessoais para tal obra.
     O que tais qualificações são, as Escrituras claramente ensinam.
1. Ele teria de ser um homem. Os Apóstolos apontam como a razão pela qual Cristo assumiu nossa natureza e não a natureza dos anjos, ou seja, para que ele pudesse redimir-nos (Hb 2.14-16) ”E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão”. Era necessário que ele fosse feito sob a lei a qual quebrara-nos; que ele cumprisse toda a justiça; sofresse e morresse; fosse capaz de solidarizar-se com seu povo em todas as suas enfermidades, e se unir-se com ele em uma natureza comum. Aquele que santifica e aqueles que são santificados são e tem de ser uma só natureza. Portanto, como os filhos foram participantes de carne e sangue, assim também ele tomou parte no mesmo (Hb 2.11-14) ”Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos, Dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, Cantar-te-ei louvores no meio da congregação .E outra vez: Porei nele a minha confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim, e aos filhos que Deus me deu. E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo”.
2. O mediador entre Deus e os homens tem de ser isento de pecado. Sob a lei, a vítima oferecida sobre o altar tinha de ser imaculada. Cristo, que iria oferecer-se a Deus como sacrifício pelos pecados do mundo, tinha de ser ele mesmo isento de pecado. Portanto, o sumo sacerdote que nos convém, aquele que nossas necessidades demandam, tem de ser santo, inocente, incontaminado e separado dos pecados (Hb 7.26 “0 Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus. Ele foi, portanto, “sem pecado” (Hb. 4.15Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”; 1Pe 2.22) “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano”. Um salvador do pecado que fosse pecador é uma impossibilidade. Ele não poderia ter acesso a Deus. Não poderia ser sacrifício pelos pecados; e não poderia ser fonte de santidade e vida eterna para seu povo.
3. Não era menos necessário que nosso mediador fosse uma pessoa divina. O sangue de alguma mera criatura não podia tirar o pecado. É tão-somente porque nosso Senhor possuía o espírito eterno, que uma oferenda de si mesmo aperfeiçoou para sempre os que crêem. Ninguém, se não uma pessoa divina, poderia destruir o poder de satanás e liberar os que eram conduzidos cativos à vontade dele. Ninguém, se não a aquele que tinha vida em si mesmo, poderia ser a fonte de vida, espiritual e eterna, para seu povo. Ninguém, se não uma pessoa onipotente, poderia controlar todos os acontecimentos até a consumação do plano da redenção, e poderia ressuscitar dos mortos; e fazem-se necessário uma sabedoria e um conhecimento infinito naquele que seria o juiz de todos os homens, e cabeça sobre todas as coisas em prol de sua igreja. Ninguém, se não um só, em que habitasse toda a plenitude da deidade, poderia ser o objeto, bem como a fonte, da vida religiosa de todos os remidos.
     Nas escrituras declara-se que são essenciais tais qualificações para o oficio de mediador entre Deus e os homens; todas são compridas em Cristo; e todas elas foram exigidas pela natureza da obra que ele concretizar.
     Todos os atos e sofrimentos de Cristo no exercício de sua obra mediadora foram, portanto, os atos e sofrimentos de uma pessoa divina, foi o Senhor da glória que foi crucificado; foi o filho de Deus que derramou sua alma até a morte. O oficio profético de Cristo pressupõe que ele possuía todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento; seu oficio sacerdotal demandava a dignidade do filho de Deus para fazer sua obra disponível; e ninguém, se não uma pessoa divina, poderia exercer o domínio que foi confiado a Cristo como mediador. Somente o filho eterno poderia livrar-nos da servidão de satanás e da morte proveniente do pecado, ou levantar os mortos, ou da vida eterna, ou vencer a todos os seus e nossos inimigos. Necessitamos de um salvador que fosse não apenas santo, inocente, incontaminado e separado dos pecados, mas também mais sublime que os céus. Além das qualificações que nosso Senhor Jesus Cristo possuía para ser um verdadeiro mediador ele ainda contava com seu tríplice oficio “profético, sacerdotal e régio”. Ele é constantemente designado como Senhor, como nosso dono e soberano absoluto. Nada, pois, pode ser mais claro do que o fato de que os profetas do Velho Testamento predisseram que o Messias seria profeta, sacerdote e rei, de sorte que o Novo Testamento descreve o Senhor Jesus mantendo todos esses ofícios. Não se trata de uma mera descrição figurativa, é evidente a luz do fato de que Cristo exerceu todas as funções de profeta, sacerdote e rei. Ele não foi simplesmente chamado assim.
     Portanto, se cremos e confiamos na palavra de Deus, para nós só a um mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo (1Tm 2.5)Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem
                                            Até a próxima, Deus abençoe.